Professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que durante 25 anos dirigiu o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad), reconhece que o problema é muito maior. “A maioria dos dependentes são jovens. Não estamos falando de usuários de uma droga. E sim, falando de uma geração. Acho que estamos despreparados. Estamos de calças curtas. Não sabemos como lidar com isso”, desabafa Maria Thereza em entrevista para o site G1.
Os personagens dessa história real estão em todas as partes e ruas das grandes cidades. Duas meninas, uma de oito e outra de doze anos, satisfaziam todos os desejos sexuais de "craqueiros", em uma Praça do Rio, para ter a droga. Outro exemplo é o de um fotógrafo profissional, que não resistiu ao vício e entregou sua câmera Canon de última geração, avaliada em mais de R$ 20 mil, nas mãos de um traficante. Em troca, pediu trinta pedras de crack.
Segundo a tutora do Portal Educação, enfermeira Carolina Marlien, a explicação para a “epidemia” é que além do acesso fácil à droga, o usuário tem a seu favor a falta de policiamento e de controle que impera no tráfico do Brasil. “Infelizmente, essa droga 'barata' traz consequências muitas vezes irreversíveis, resultando em dependência física e psíquica grave, que dificilmente são contornadas, já que é facilmente viciante, de ação muito rápida, levando o usuário à busca incessante pela sensação de prazer que o crack provoca”, diz Marlien.
Para o Pedro Lima, da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, o crack tem um alcance muito grande “Existe uma sensação de descontrole, de perda da situação", afirma. De acordo com a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, 900 policiais (militares, civis e peritos) estão sendo formados para atuar nas fronteiras do país e evitar a entrada de drogas como cocaína e pasta base usadas na produção do crack.
Na semana passada, durante dois dias, um grupo de especialistas, incluindo Pedro Lima, Suelen Sales e Pedro Gabriel, se reuniu na sede da organização não governamental Viva Rio para definir estratégias e formular um documento com orientações de como tratar o problema do crack. As recomendações serão entregues a equipes do Programa de Saúde da Família.
Crack
Quando inalado, atinge diretamente o pulmão e o cérebro em cerca de oito segundos. Causa aceleração cardíaca, aumento de pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremores e excitação. Quando inalado junto com álcool provoca esses sintomas em maior proporção e pode levar à morte. Euforia, sensação de poder e aumento da autoestima também são sentidos pelos usuários. Pesquisas recentes indicam que 30% dos dependentes de crack morrem nos primeiros cinco anos de uso.
Fonte: Portal Educação.
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