quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Obras atrasadas em escola estadual podem prejudicar o ano letivo

POR JULLY CAMILO

Uma comissão formada por professores, funcionários, pais e alunos da Unidade Integrada Estado do Rio Grande do Norte, situada a Rua Mariano Lisboa (Radional), procurou o Jornal Pequeno para denunciar o atraso de uma obra iniciada no mês maio na escola. Segundo informações contidas numa placa com detalhes da obra, os serviços de reforma geral e construção de poço e de uma quadra coberta, orçados em R$ 663.663,24, deveriam ser concluídos em 120 dias,o que não ocorreu, prejudicando o ano letivo.

Segundo um dos professores que integra a comissão, o objetivo do grupo é acompanhar e fiscalizar as obras. Ele explicou que vários itens fundamentais do projeto de reforma foram retirados sem nenhuma explicação.

Foto: G. Ferreira

Serviços já duram 4 meses, mas muita coisa ainda resta a ser feita na escola

“A reforma do telhado foi cancelada, e a substituição de toda a rede elétrica da escola também. A construção de uma nova sala de professores e supervisores também foi excluída, mesmo com a atual não atendendo mais a demanda, pois houve aumento na quantidade de docentes. Igualmente foi cortada a adequação das instalações escolares para o acesso de cadeirantes, uma exigência legal”, declarou o docente.

De acordo com a comissão, a escola trabalha com os níveis fundamental e médio, nos turnos da manhã e tarde, e atende em média 1.600 alunos.

Os docentes, pais,alunos e funcionários relataram que 16 turmas funcionam em cada turno na UI Estado do Rio Grande do Norte, mas atualmente a escola funciona apenas com metade de sua capacidade.

“Os alunos se revezam nos turnos da manhã e tarde, sendo duas horas e meia para cada nível. O restante da escola está parado, com as obras inacabadas. Quando reclamamos, aparecem um ou dois pedreiros, que ficam ‘enrolando’ entre um serviço e outro. O próprio engenheiro já nos disse que os serviços que foram cancelados são essenciais e que a demora estava ocorrendo pela falta de pagamento. Se o tempo da reforma seria de quatro meses, e o prazo final já se aproxima, e apenas metade dos serviços foram executados, o ano letivo será severamente prejudicado”, disse um docente.

Os integrantes da comissão informaram que vários documentos já foram encaminhados para a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), e no último dia 2, o caso foi levado à Promotoria da Educação, com solicitação de uma intervenção do Ministério Público para que as obras sejam aceleradas.

Professores, funcionários e alunos disseram ainda que, se nos próximos dias não houver nenhum retorno por parte da Seduc, na próxima semana as atividades escolares na Unidade Integrada Estado do Rio Grande do Norte serão suspensas.

“Já chega de tanto sofrimento e descaso. Estamos tendo aula nas salas empoeiradas, uma vez que ficam perto do local da obra. O auditório e o laboratório de informática também estão interditados. Para compensar o atraso por conta da reforma e da greve no início do ano, ainda somos obrigados a vir aos sábados pela manhã e à tarde”, disse um aluno do ensino médio.

Outro lado – Por meio de nota, a Seduc informou que “as obras de reforma do prédio da Unidade Integrada Rio Grande do Norte estão transcorrendo conforme cronograma estipulado, quando do início dos serviços”.

A secretaria também esclareceu que “a solicitação de pais e alunos para que sejam realizadas obras que não estavam previstas no projeto inicial implicará em um novo processo licitatório, tendo de se obedecer todos os tramites legais exigidos por lei”.

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