sábado, 17 de setembro de 2011

Desmatamento no Cerrado diminuiu entre 2009 e 2010, segundo estudo do Ibama

SÃO LUÍS - O Plano de Ação de Prevenção e Combate às Queimadas e ao Desmatamento na Região do Cerrado completou um ano ontem e a área desmatada caiu 16% entre junho de 2009 e julho de 2010. O anúncio é animador, mas o Maranhão está entre os estados que mais desmataram.

Em um ano, o equivalente a 1% de todo o território maranhense e piauiense foi responsável pela maior área de desflorestamento. Somados, os dois estados derrubaram mais de 2,3 mil hectares de mata nativa. A perda é equivalente a 25 mil campos de futebol.

Levantamentos com base em imagens de satélite registram a perda de 6,4 mil quilômetros quadrados de cobertura vegetal, contra 7,6 quilômetros quadrados no mesmo período de 2008/2009.

Se forem consideradas as médias anteriores, que começaram em 2002, o desmatamento diminuiu 40%.

"A dinâmica de redução do desmatamento vem se confirmando", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Os dados analisados pelos técnicos de geoprocessamento do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram divulgados na terça-feira (13), em Brasília. No bioma é possível desmatar legalmente até 80% das propriedades, por isso reduzir de 0,37% para 0,32% no total da área desmatada é considerado um resultado bastante expressivo.

"Com a economia do Cerrado em crescimento, a pressão por novas áreas poderia ter puxado para cima as taxas de desmatamento, o que não ocorreu", avalia o diretor de políticas para o combate ao desmatamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Mauro Pires.

Ao contrário da Amazônia, onde esse controle gerou dados acumulados capazes de permitir uma análise mais detalhada, no cerrado a falta deles faz com que se utilizem médias que vêm desde 2002.

A ministra anunciou, para breve, sistemas de monitoramento baseados no modelo que o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) emprega para vigiar a Amazônia em todos os biomas brasileiros, a começar pelo cerrado.

Não é possível separar a parcela de desmatamento ilegal no cerrado da supressão da vegetal autorizada, feita de acordo com a lei. Porém, o estudo do Ibama indica que parte do cerrado, nesse período, foi alvo do desmatamento secundário. Isso quer dizer que áreas utilizadas no passado e em avançado estágio de recuperação natural foram novamente desmatadas.

Causas

As atividades agropecuárias e a produção de carvão para alimentar a siderurgia são apontadas como causas tradicionais do desmatamento, mas o crescimento desordenado das áreas urbanas também deve ser considerado, alertam os técnicos.

Quem definirá o conjunto de fatores responsáveis pelo desmatamento é o trabalho de campo do instituto.

Independentemente disso, a redução por dois períodos consecutivos já está sendo considerada um bom indicativo de que é possível controlar o desmatamento, mesmo com crescimento econômico.

Mais

- Situado na área de transição entre as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o Cerrado Maranhense, situado principalmente no planalto da Região Sudeste, ocupa aproximadamente 10 milhões de hectares, cerca de 30% da área total do estado, abrangendo 33 municípios, 23 dos quais têm a quase totalidade de suas áreas cobertas por este tipo de vegetação.

- O Cerrado do meio-norte (Piauí e Maranhão) é semelhante ao do Brasil central em características fisionômicas e estruturais, contudo estas regiões apresentam uma divergência quanto à composição florística.

- Estudos indicam que esta individualidade florística de cada região alcança 50% de espécies comuns nas duas áreas. Há espécies exclusivas deste cerrado marginal, sendo, na maioria das vezes, oriundas de outras formações vegetais.

imirante.com

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