domingo, 28 de agosto de 2011

"FEUDOLAIA MARANHENSIS"

Com o objetivo de dirimir quaisquer dúvidas quanto ao Brasil ser o país da piada pronta desde os primórdios, o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro anunciou nesta quarta-feira, 16 de março, a descoberta do maior dinossauro carnívoro brasileiro. Pertencendo a espécie dos espinossaurídeos, o bicho teria cerca de catorze metros de comprimento e pesaria algo em torno de sete toneladas. Alguém consegue adivinhar onde encontraram esse megapredador? Na terra dos Sarney. Sim! Lá na Feudolaia maranhensis.

Com meros vestígios do maxilar e de uma narina descobertos na Ilha do Cajual em 1999, os cientistas brasileiros conseguiram estabelecer as formas físicas do gigante maranhense e afirmar que ele viveu há 95 milhões de anos. Doze anos depois, durante o anúncio oficial da descoberta, foi apresentado um desenho detalhado do que seria o monstro jurássico. Mas como nossos pesquisadores e paleontólogos queriam ilustrar todo sangue piadista que corre em suas veias, batizaram o menino de Oxalaia quilombensis, numa homenagem à divindade africana Oxalá e aos históricos quilombos que existiram na ilha.

Apesar do gracejo, o nome conferido pelos pesquisadores da UFRJ soa esquisito. O sistema de nomenclatura binomial (ou binária), que é um dos pilares da classificação científica, segue normas rigorosas desde os séculos XVII e XVIII. Em geral, os nomes são aferidos de acordo com uma característica marcante da espécie ou homenageando quem a encontrou ou catalogou. Como no Brasil há sempre uma tendência para escalafobetizar determinadas regras e normas, chegou-se a nomenclatura iorubá escravagista. Um mimo histórico às avessas, digamos.

Confesso que fica difícil compreender como vestígios de um maxilar e de uma narina podem garantir cientificamente o formato completo de uma espécie nova, incluindo milimétricos detalhes de cor e forma de todo corpo. Como diria Chicó em sua sábia ignorância, “não sei, só sei que é assim”. No entanto, a criatividade dos nossos cientistas foi tanta que, na hora de desenhar nosso novo dinossauro, deram ao bicho, meio macumbeiro, meio escravo, uma pele peculiar, com tons e design que fazem lembrar o fardão centenário dos imortais da Academia Brasileira de Letras. Mera coincidência?!

Pela lógica, o nosso bichão bem poderia homenagear os coronéis corruptos da Feudolaia maranhensis, mas nossos cientistas preferiram tergiversar em africanismos. Como contra fatos não existem argumentos, agora temos o seguinte: estava no Maranhão o maior predador carnívoro do Brasil e estava na Bahia o maior ancestral do bicho-preguiça. Será que a Paleontologia está querendo nos ensinar História Contemporânea?

Segue, em anexo e abaixo, meu mais recente artigo "FEUDOLAIA MARANHENSIS", sobre o anúncio da descoberta do maior dinossauro predador carnívoro do Brasil no Maranhão e o nome escalafobético dado à nova espécie, pleiteando publicação em seu jornal. Também em anexo, segue uma foto deste autor, antecipando-me a uma eventual necessidade. V.Sa. conta com minha absulta AUTORIZAÇÃO para publicação de ambos, livre de quaisquer ônus ou pagamentos financeiros pelos mesmos. Eu, HELDER CALDEIRA, portador do RG nº 1769764 SSP/DF, atesto, para os devidos fins, que as opiniões contidas no texto são de minha única e exclusiva responsabilidade.

Respeitosamente,


HELDER CALDEIRA
Escritor, Jornalista, Colunista Político, Palestrante e Conferencista
Rio de Janeiro - RJ
(21) 2245-8434 / (21) 8151-1159
heldercaldeira@estadao.com.br



Nenhum comentário: