quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mundial de Clubes volta ao Japão de olho no duelo entre Neymar e Messi

Se um novo Mazembe não atrapalhar o roteiro perfeito, o Mundial de Clubes da Fifa deste ano poderá colocar frente a frente dois dos melhores jogadores do planeta em dezembro: Neymar x Messi. O duelo entre Santos, campeão da Taça Libertadores da América, e Barcelona, vencedor da Liga dos Campões da Europa, seria a final perfeita para o retorno do torneio ao Japão depois de dois anos sendo disputado nos Emirados Árabes Unidos. Mas o famoso "projeto Tóquio" dos brasileiros ficará de lado agora: pela primeira vez, a capital não receberá partidas da competição no país.

O Mundial será disputado de 8 a 18 de dezembro e ainda tem três participantes a definir. Além de Santos e Barça, o Monterrey (México), campeão da Concacaf (Américas do Norte e Central), e o Auckland City (Nova Zelândia), vencedor da Liga da Oceania, já estão com o passaporte carimbado para a competição. Este será o terceiro Mundial do Santos, que ganhou os outros dois que disputou, e o quarto do Barcelona, que tem só um título. O torneio é ainda o primeiro de Neymar, que espera manter os 100% de aproveitamento do Santos nas disputas, e o terceiro de Messi, campeão em 2009, que pode ajudar o Barça a acabar com o estigma de amarelar nas finais de Mundial. Promete...

– Tem tudo para ser um jogo histórico e coroar a volta do Mundial ao Japão. Tomara que ocorra. A Fifa se preocupou muito em escolher a sede para essa competição, fizemos uma avaliação cautelosa do país, com o próprio presidente indo ao Japão para avaliar se havia condições de realizar o campeonato e constatou que tem tudo para dar certo. Será também um prêmio aos japoneses, após tanto sofrimento, poderem provar que deram a volta por cima (por conta dos terremotos e tsunamis), fazer uma ótima organização e ainda assistirem a este jogo que todos estão esperando – avaliou Marcelo Teixeira, ex-presidente do Santos e integrante da comissão formada para organizar o Mundial.

MONTAGEM - Neymar Santos e Messi Barcelona (Foto: Ricardo Saibun / Site Oficial do Santos e Agência Reuters)
Santos de Neymar x Barcelona de Messi: jogo do ano? (Foto: Ricardo Saibun / Site do Santos e Reuters)

O duelo é visto pelos admiradores do futebol como um prêmio ao estilo de jogo ofensivo e uma prova de que, após tantos anos com vitórias de equipes "que jogam pelo resultado", mesmo com lances feios e vencendo apenas por 1 a 0, é possível resgatar o futebol-arte. Tem tudo para ser um confronto histórico, entre equipes de tradição e que têm nas categorias de base a principal arma para o sucesso.

– O Santos preparou essas gerações que vêm surgindo e fico feliz de ter feito esse investimento na estrutura da base na minha gestão. Hoje, vejo que a torcida entre os jovens cresceu muito e que o Santos não é mais apenas o Santos de Pelé, mas também de Robinho, de Neymar... Nós temos um trabalho diferenciado aqui. Colocamos meninos mais novos para jogar com os mais velhos, para eles já se acostumarem ao profissional. A maioria dos clubes do Brasil faz o inverso. O Barcelona também tem essa característica, tem muitos jogadores da base no time principal, mas o craque deles, o Messi, é argentino. Os nossos são daqui mesmo (risos) – disse Teixeira.

Na estrutura, tudo pronto para receber os craques

O Mundial de Clubes deste ano tem algumas curiosidades. Após dois anos sendo jogado nos Emirados Árabes, o campeonato volta para o Japão, país tradicional nas disputas dos títulos intercontinentais. No entanto, sem a cidade de Tóquio, famosa no Brasil justamente por sediar boa parte destas partidas, especialmente antes de a Fifa começar a organizar o torneio. Por medidas de segurança, os jogos serão apenas em Toyota e Yokohama.

Marcelo Teixeira ex-presidente do Santos (Foto: Globoesporte.com)
Marcelo Teixeira, ex-presidente do Santos, está na comissão do Mundial (Foto: Globoesporte.com)

– Agora os torcedores vão ter de falar "Rumo a Yokohama" (risos). Tomamos essa decisão baseado na avaliação que foi feita sobre o país e sobre a situação de cada cidade. Toyota e Yokohama quase não foram atingidas com os problemas que houve no país, e por isso acreditamos que tudo dará certo. A expectativa é enorme e sabemos que o povo japonês também está engajado para fazer uma grande festa. A organização deles sempre é muito boa e temos certeza de que a competição vai ser bem sucedida – explicou Teixeira, lembrando que a segurança foi uma das principais preocupações da Fifa, que já havia escolhido o Japão como sede antes dos terremotos que assustaram o país neste ano e ratificou a decisão após uma avaliação da situação do país.

– No ano passado, a comissão, mais uma vez, abriu a possibilidade de novas concessões para realizar este campeonato e acabamos entendendo que o Japão era o que, mais uma vez, merecia pelo que estava apresentando. O país venceu quando ainda não havia ocorrido as tragédias, então, neste ano, o próprio presidente Blatter fez questão de ir ao Japão para se reunir com as autoridades e se certificar de que não haverá nenhum tipo de problema.

estádio de Yokohama no Japão (Foto: Getty Images)
Estádio de Yokohama no Japão: o palco do possível duelo Neymar x Messi
(Foto: Getty Images)

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