sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Mais de 5.000 pessoas vão a velório de Zilda


Acompanhado de Dilma na cerimônia, Lula diz que lutará por Nobel para médica
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou, por volta das 20h desta sexta-feira (15), ao velório da médica Zilda Arns, morta no terremoto que devastou o Haiti na última terça. Acompanhado da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, Lula disse que "a morte de Zilda foi uma perda para o mundo".

- [A morte] foi uma perda para o Brasil e para o mundo. Todas as pessoas que morreram [no terremoto] estão simbolizadas na figura de Zilda Arns.

O acesso ao Palácio das Araucárias - sede do governo do Paraná -, onde acontece a cerimônia, foi fechado para familiares e amigos de Zilda no final da noite. Mais cedo, cerca de 5.000 pessoas passaram pelo local.

O presidente afirmou que, seguindo sugestão do governador do Paraná, Roberto Requião, vai lutar para que Zilda seja indicada ao prêmio Nobel da Paz, ainda que o estatuto da Fundação Nobel não permita que pessoas que já morreram sejam premiadas. Para Requião, a indicação servirá para que o Brasil não esqueça o exemplo deixado por Zilda, morta no Haiti durante missão humanitária.

- A vida de Zilda Arns foi um exemplo de militância em favor da vida. Como fundadora da Pastoral da Criança, ela salvou milhares de vidas.

Outra sugestão do governador que ganhou a simpatia do presidente é a criação de um prêmio com o nome de Zilda para homenagear cidadãos e instituições que se destaquem no combate à mortalidade infantil, área na qual a médica atuou durante grande parte da vida.

Também presente à cerimônia, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB), elogiou trabalho de Zilda.

- Zilda Arns foi um exemplo não só para o Brasil, mas para o mundo todo. Ela veio ao mundo para servir de exemplo. Sua trágica morte nos deixa um exemplo de respeito, por ela e pela atuação que teve ao longo de sua vida. Era despojada de vaidades, voltada às causas sociais.

O corpo da médica deve ser enterrado na tarde deste sábado (16), no cemitério de Água Verde, em Curitiba. A cerimônia será restrita à família.

Zilda nasceu em Forquilhinha (SC), era viúva e deixa quatro filhos; Rubens, Nelson, Rogério e Heloísa. Ela será enterrada no Cemitério da Água Verde, em Curitiba, ao lado de seu marido, Aloysio Bruno Neumann, falecido em 1978, e de uma filha que perdeu dias após o parto. No Haiti, Zilda participava da Conferência dos Religiosos e acompanhava o início dos trabalhos da Pastoral da Criança no país caribenho.

Sua atuação rendeu diversos prêmios e homenagens no Brasil e no mundo. Ela foi a indicada oficial do governo brasileiro ao Prêmio Nobel da Paz quatro vezes: em 2001, 2002, 2003 e 2005. Em janeiro de 2006, dentro da campanha "Mil Mulheres para a Paz", foi uma das indicadas ao Nobel junto com outras 999 mulheres de todo o mundo.

Fonte: R7.com

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